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Capítulo 144 - A Sinfonia da Resistência

  — Aumentem o ataque no flanco direito — ordenou Ana, transmitindo instru??es rapidamente. — N?o deixem que eles se aproximem dos port?es principais.

  As muralhas de Insídia eram uma fortaleza viva, e o ataque era incessante, com trabucos e catapultas lan?ando pedras e projéteis afiados em dire??o ao exército de Barueri. Dos parapeitos, flechas e lan?as enfeitavam o ar, transformando a área em um campo minado de metal e destro?os.

  As tropas com menos aptid?o ao combate corpo a corpo foram as designadas para aquele tipo de defesa. Ajustavam os angulos das armas e mantinham a alta frequência dos ataques, com cada pedra lan?ada descendo como um cometa.

  Infelizmente, apenas destruíram o terreno em volta dos soldados inimigos, pois os quase seiscentos manipuladores de mana de Barueri levantavam barreiras invisíveis para desviá-las antes que os ataques mais letais atingissem suas forma??es. Sob sua prote??o,era difícil para Insídia infligir danos profundos às for?as, e os ca?adores fortalecedores mantinham-se relativamente intocados, protegidos.

  "Eles est?o bem coordenados", pensou a rainha mercenária em uma admira??o contida, notando a sincronia entre os muitos batalh?es de seu oponente. "Eu deveria estar lá embaixo..."

  Seu olhar estava fixo no campo de batalha. Sua postura era tensa e atenta, cada fibra de seu ser instigada pela vontade de entrar na luta, mas sabia que sua presen?a estratégica ali era crucial naquele primeiro momento.

  Seus inimigos eram disciplinados, moviam-se em bloco e com a firmeza de um exército que n?o hesitava em sacrificar o avan?o em favor da defesa.

  — Direcione os trabucos para o centro das tropas! – ela ordenou, de repente. — Forcem-nos a recuar as defesas ou quebrar a forma??o. Se recuarem, teremos mais tempo; se hesitarem, nossas flechas os alcan?ar?o.

  Os artilheiros nas muralhas rapidamente ajustaram as máquinas de guerra conforme o comando, redirecionando os ataques para a espinha dorsal do exército. Cada lan?amento que caía abria buracos profundos no solo, tornando-o cada vez mais difícil de atravessar e limitando as manobras. Ainda assim, o problema foi resolvido rapidamente, espalhando um pouco mais os manipuladores por entre os guerreiros. Tal tática ocasionalmente abria brechas para acertos, mas ainda era efetiva em manter a investida.

  As m?os da mercenária apertaram o parapeito da janela com for?a ao ver, mesmo que lentamente, passos continuarem a ser dados. O campo estava prestes a se acirrar, e o reino todo parecia respirar em uníssono.

  — Quero que você vá ao Madame Eclipse, Miguel — comentou a mulher, quase em um sussurro. — Fa?a como combinamos, se proteja e proteja o local. Irei me juntar às fileiras em alguns minutos.

  — Se me permitir, gostaria de esperar ao seu lado, An… minha senhora.

  A rainha sorriu pelo título que a tempos n?o ouvia, um sinal claro de rebeldia de seu subordinado. Balan?ando a cabe?a em uma zombaria interna, ela ignorou o teimoso secretário mascarado, caminhando em dire??o a um grande dispositivo, onde um pequeno microfone repousava.

  Era um grande improviso, tendo mais tecnologia moderna do que engenharia mágica. A máquina estava ligada por cabos a centenas de grandes caixas de som distribuídas por toda a cidade, e as poucas runas absorviam a mana do usuário apenas para energizá-las.

  Com gestos despreocupados, Ana deu três batidinhas no microfone, provocando um zumbido agonizante que fez todo o reino franzir a testa. Ela riu baixo, dando de ombros pelo pequeno erro, e, com um movimento solene, ativou o dispositivo completamente.

  Antes que falasse, Ana se permitiu um instante de silêncio, uma pausa carregada de significado. E ent?o, o campo de batalha, até ent?o ensurdecedor pelo barulho das máquinas de guerra e dos tambores, foi dominado por sua voz imponente, que ressoou através das paredes e sobre as grandes colinas.

  — A HORA CHEGOU, MEUS GUERREIROS!

  A voz n?o era apenas um comando; era um chamado, uma convoca??o, uma senten?a. Em toda Insídia, gritos de aprova??o e sorrisos selvagens surgiram. Eram homens e mulheres de todas as origens e formas, unidos pela mesma causa: proteger o lar que construíram contra a amea?a invasora.

  Ana continuou, deixando o tom firme e solene. Após um breve inc?modo nos tímpanos, optou por abandonar os gritos, mantendo sua fala em um ritmo mais calmo, mas n?o menos imponente.

  — Hoje, lutamos n?o apenas pela sobrevivência, mas pelo direito de sermos quem somos! O direito de viver em paz, sem medo do que vem pela frente!

  Ela fez uma pausa, permitindo que suas palavras se assentassem no ar, como uma chama que crescia devagar antes de um grande incêndio. Seus olhos percorreram a cidade, cada prédio, cada rua, cada jovem segurando uma espada.

  Os bestiais, com seus corpos imponentes e músculos tensionados, batiam nos peitos com for?a, invocando coragem enquanto recitavam canticos que remetiam a sua aldeia desolada. Até os soldados mais jovens repetiam as palavras com olhos fechados, em uma comunh?o final com as for?as invisíveis que acreditavam os proteger.

  Montados em suas ferozes ovelhas, suas figuras imponentes, com armaduras simples, mas de aparência indestrutível, refletiam o espírito selvagem de guerreiros que nasceram para a luta. Desde que a mana os corrompeu, n?o sabiam mais o que era viver sem guerra, e essa batalha era apenas mais uma das muitas que haviam enfrentado para garantir o direito de existir.

  — Eles chamam vocês de monstros, e, ao menos hoje, é isso que precisamos nos tornar. No entanto, n?o traremos terror, mas sim liberdade!

  As muitas cores dos escamosos brilhavam em todos os cantos, com cicatrizes de batalhas antigas e recentes marcando suas peles como medalhas. N?o eram habitantes oficiais de Insídia, mas, sabe-se lá quando, passaram a gastar mais tempo no novo reino do que em seu próprio território.

  Preparavam-se para a batalha de sua própria maneira, com pinturas de guerra que marcavam seus rostos e rodas de briga cheias de bebidas, onde suas m?os afiadas e impiedosas se moviam com destreza em confrontos cheios de risos e empurr?es disfar?ados de aquecimento. Os generais, figuras sombrias e imponentes, eram os líderes deste povo, e observavam seus soldados com um olhar que misturava aprova??o e vigilancia, garantindo que tudo estava no lugar certo.

  A pele escura de Leandro reluzia sob uma luz fria enquanto abra?ava pela última vez sua esposa, e, com um carinho descuidado, bagun?ava o cabelo de sua filha Lana. N?o tinha o fugaz sonho de conseguir voltar em seguran?a, faria de tudo para que sua família ficasse bem. Encarando a torre onde a estranha rainha mascarada discursava, ergueu sua caneca de cerveja, símbolo de uma camaradagem que nasceu ao conviver com o povo deste reino. Com um último longo gole, ele sorriu, e ent?o soltou a caneca, voltando a pegar sua lan?a e a afiar com uma precis?o quase ritualística.

  — N?o somos apenas um exército. Somos um símbolo de resistência, de for?a e de honra! E quem tentar nos parar, será esmagado pela nossa presen?a!

  O pequeno exército de elite de Alex e Fernando estava afastado, preparado para a batalha. O comando de Ana os separava da linha de frente, mas n?o os excluía. N?o havia medo em seus olhos. Eles estavam prontos, suas armaduras refletindo a luz dourada da manh?. O calor da batalha os chamava, e nenhum deles hesitaria quando o momento chegasse.

  As estátuas mascaradas os cercavam, guerreiros que se erguiam ao lado de seus comandantes. Estas figuras, armadas até os ossos, eram seres quase místicos na cidade. Suas armaduras estavam incrustadas diretamente em suas peles, e ouviam o discurso de sua rainha com uma determina??o t?o feroz quanto a vontade de lutar que transmitiam.

  “Os incansáveis” era como os chamavam, e o simples ato de estarem ali, imóveis e prontos para a batalha, fazia os cora??es dos observadores ao redor pularem com uma nova e intensa energia. Eles eram a essência do reino de Insídia, e cada máscara uma representa??o de que, neste local, todos eram o mesmo.

  — A luta n?o será fácil, e a morte estará conosco o tempo todo. Que o nosso sangue, se necessário, seja o alicerce desta cidade. Mas que nossa esperan?a seja o que nos fa?a seguir em frente, até o último suspiro, até o último grito!

  As dríades moviam-se como sombras elegantes entre as fileiras dos guerreiros, trazendo consigo uma aura de tranquilidade e mistério. Suas passadas eram leves, e a forma como deslizavam entre espadas e lan?as fazia parecer que dan?avam, como se a batalha fosse apenas uma parte de um evento sagrado. Em suas m?os, carregavam pequenos recipientes de madeira, esculpidos de forma intrincada com símbolos da natureza.

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  Ofereciam aos soldados uma bebida de cor amarronzada, algo entre um chá amargo e um licor misterioso. O líquido parecia brilhar suavemente sob a luz, e cada gole trazia uma sensa??o de calma e coragem inesperadas, afastando o medo e a ansiedade que haviam se acumulado antes da batalha. Os guerreiros, por mais endurecidos ou nervosos que estivessem, aceitavam a oferenda do povo verde, sentindo que ali havia um peda?o da própria floresta os fortalecendo.

  N?o só com o estranho elixir auxiliava o grupo de dríades, já que no ouvido de cada habitante murmuravam frases quase musicais através de seus pequenos rádios, uma reza para o além para que protegessem aquelas pessoas. Era como uma bên??o silenciosa, uma promessa de que o mundo estaria ao lado deles no campo de batalha.

  O comportamento se repetiu por toda a cidade, com cada povo seguindo seus próprios rituais, infundindo o ar com um misticismo carregado de propósito. Alguns guerreiros passavam panos escurecidos sobre suas laminas, como se selassem pactos silenciosos com suas armas, tornando-as extens?es de suas próprias almas. Outros mantinham pequenas bolsas de brasas em seus bolsos, um calor discreto, mas constante, que parecia incendiar seus espíritos para o combate. Podia-se ver também alguns que tra?avam símbolos de prote??o na palma das m?os, rápidos gestos que acreditavam ser uma defesa invisível contra o perigo.

  Ana sorriu para si mesma ao ouvir os excitados gritos de resposta reverberarem pelos céus após suas curtas, porém incisivas palavras. Apesar de seu usual controle, n?o p?de evitar o calor que subiu às bochechas após o vergonhoso discurso, trazendo um raro rubor que, felizmente, ficava oculto sob sua máscara. Com um resmungo divertido, ergueu a cabe?a e virou-se para a multid?o fervilhante abaixo. A antecipa??o brincava em seus lábios enquanto segurava o microfone, com um toque de humor que permanecia, mesmo em meio à tens?o crescente.

  — Ah, quase me esqueci — come?ou, com uma nota teatral na voz. — Muitos anos atrás, aprendi que toda boa batalha precisa de uma música!

  Pressionando um pequeno bot?o, e os alto-falantes liberaram uma melodia envolvente, o som de um alaúde ecoando com uma do?ura intensa que parecia acariciar os sentidos, mas com uma for?a subjacente que prometia glória e luta. A música crescia em intensidade, envolvendo Insídia em uma aura de puro desafio. Ent?o, ao fundo da grava??o, surgiu uma voz bem conhecida, recitando uma prosa que unia a suavidade de um sussurro com a intensidade de uma tempestade. N?o havia uma pessoa que n?o sorrisse ao ouvir aquele tom único, carregado de emo??o e uma selvageria peculiar.

  Nyx, mesmo sendo uma Sombra, conquistara o cora??o de todos. O medo instintivo que sua presen?a outrora evocara havia desaparecido ao longo dos meses, substituído por uma admira??o genuína. A sorridente conselheira era agora uma das figuras mais queridas de todo o reino, e n?o havia arrependimento na possibilidade de morrer com sua voz ressoando nos ouvidos..

  — Vocês s?o Insídia! — bradou Ana, com uma energia vibrante e eletrizante que transpassava a própria música, contagiando a todos. — V?o lá e vivam! Mas, se caírem… que seja mordendo a jugular deles!

  O som do alaúde atingiu um clímax, preenchendo o ar com uma intensidade quase palpável. Ana respirou fundo, permitindo que o peso do momento se instaurasse, a tens?o dan?ando no ar como uma for?a viva. De forma instintiva, os guerreiros fecharam os olhos, deixando a melodia adentrar seus corpos tensos, aquecendo-lhes os cora??es. Até mesmo as montarias, como se tomadas pelo mesmo espírito, batiam as patas no ch?o em uma cadência que se mesclava à música, criando uma trilha rítmica quase tribal.

  A rainha também fechou os olhos por um breve instante, buscando um momento de comunh?o silenciosa com Insídia. Ela n?o se importava tanto com a cidade, seu povo era apenas um detalhe relativamente inc?modo, mas ainda assim prometeu a si mesma que, ao menos nesta batalha, nenhum deles seria esquecido, independentemente do desfecho. Voltando a abrir os olhos, fez um pequeno sinal com a m?o, e Miguel, que permanecia ali com olhos encantados, fez um sinal da janela para o próximo grupo iniciar o planejamento.

  No mesmo instante, do alto das muralhas, os poucos manipuladores de mana, representando menos de um décimo dos manipuladores do exército de Barueri, subiram e assumiram suas posi??es defensivas. Eram um povo corrompido n?o muito diferente dos humanos antigos, desde que, claramente, fossem desconsideradas suas peles e olhos de um intenso amarelo, fei??es faciais um pouco achatadas e o estranho costume de evitarem ao máximo qualquer tipo de refei??o salgada. Felizmente, suas veias estavam intactas.

  Os trabucos n?o pararam seu ataque, porém, o exército inimigo estava perto demais para que Insídia arriscasse uma ofensiva com manifesta??es, sabiam que um ataque direto seria repelido com facilidade pelos puros, ent?o, dessa vez, era sua miss?o defender. Seus olhos amarelados brilharam com determina??o, cada um deles sabia o que estava em jogo.

  Um manifestador de Barueri, finalmente vendo a oportunidade, deixou de defender e lan?ou a primeira bola de fogo sobre o muro, deixando um rastro de fuma?a enquanto voava em dire??o à cidade. Antes que pudesse de fato atingir o alvo, uma fina barreira de água foi erguida por um dos guerreiros da cidade mascarada, bloqueando-a com precis?o. O vapor se espalhou pelo ar, e quando se dissipou, revelou o brilho de centenas de novas manifesta??es de mana surgindo em dire??o à cidade, tornando o céu em um belo e perigoso campo de estrelas.

  Os manipuladores de Insídia reagiram rapidamente, invocando novas barreiras e escudos com toda a for?a que possuíam, camadas finas, mas poderosas, dos mais variados elementos que bloqueavam os múltiplos ataques inimigos. Sangue escorreu pelos cantos de suas bocas, e suas m?os tremiam conforme exauriam o máximo de sua mana. Mas eles n?o desistiram, pois sabiam ser os únicos que podiam oferecer essa defesa.

  Para eles, cada segundo conquistado era uma vitória. Se conseguissem fazer o inimigo desperdi?ar sequer uma gota a mais de mana, seu sacrifício seria válido. Estavam dispostos a morrer por todos que permaneceram atrás daquelas muralhas e, um a um, caíram, mas n?o antes de criarem um intervalo precioso.

  Foi após poucos minutos que o último dos manipuladores finalmente cedeu, desmaiando com espuma saindo de sua boca. Como se tal ato honroso fosse um sinal, cordas de arcos foram puxadas ao limite por um grupo especial de arqueiros.

  Eva, posicionada no topo de uma torre, segurava sua arma com orgulho. Havia um silêncio reverente ao seu redor, e, naquele instante, ela se tornou o símbolo da resistência Insídia. Sem pressa, ela ergueu a flecha, permitindo que o mundo ao redor visse sua inten??o. Pouco a pouco, seu arco riscava elegantes runas nela, fazendo o objeto emitir um brilho de um vermelho t?o intenso quanto o de seus cabelos.

  Abaixo dela, o restante dos arqueiros tomaram seus lugares nos telhados e nas torres, aguardando o comando. N?o possuíam arcos especiais, mas suas flechas carregavam runas improvisadas, prontas para causar estrago.

  — Esperem mais um pouco — sussurrou a jovem, fechando os olhos e concentrando mana em seus ouvidos.

  De repente, um som abafado de corneta ecoou ao longe. Qualquer outro teria ignorado, mas a garota estava atenta. Embaixo da terra, o estranho povo escavador captava com precis?o as vibra??es do exército de Barueri. Eram pessoas curvadas e pequenas, e sua frequente vivência no subterraneo os tornou quase cegos após a transforma??o da mana. Apesar de suas m?os possuírem garras e terem uma concentra??o acima da média, n?o eram adequados para o campo de batalha e, desta forma, sua miss?o era apenas dar o sinal quando cada se??o dos invasores atingissem a posi??o exata. Felizmente, fizeram tal tarefa com excelência.

  — Disparar! — gritou a pequena conselheira raposa, soltando a flecha. Ela cortou o céu como um raio, com um rastro alaranjado que perfurou as nuvens, voando sozinha por um segundo eterno como um tipo de prenúncio cerimonial.

  Centenas de flechas logo a seguiram, cada uma tra?ando seu próprio belo arco. Um arco-íris de morte pairou sobre o campo de batalha, substituindo o calor do sol por uma sombra fria e multicolorida que envolvia a todos. Quando a primeira flecha caiu, era como se o próprio universo tivesse se rasgado, vomitando uma tempestade de destrui??o.

  Os manipuladores de mana de Barueri tentaram erguer barreiras, mas a quantidade de ataques era simplesmente absurda. As flechas recheadas de engenharia mágica perfuraram as manifesta??es com facilidade, caindo brutalmente nas fileiras inimigas.

  Pontas cravadas em carne, armaduras quebradas, chamas e gelo se espalhando em impactos explosivos. O ch?o estava tomado por uma neblina de vapor e sangue, e vendo a impotência de suas habilidades, os manipuladores rapidamente se abrigam sob os escudos de seus aliados, mas mesmo isso n?o foi o suficiente para evitarem algumas dezenas de baixas.

  Lá em cima, Ana observava, sentindo a adrenalina pulsar em suas veias como fogo líquido. Suas m?os firmes, mas cheias de emo??o contida, alcan?aram um pano espesso, que lentamente desenrolou, revelando a lamina negra de sua longa espada. O brilho opaco da arma refletia seu desejo, enquanto seu olhar se fixava nas linhas inimigas que marchavam ao longe.

  Ela n?o ouvia diretamente os sons do campo de batalha, mas podia sentir cada movimento como uma ressonancia profunda que ecoava em seu próprio corpo: o couro rangendo quando os guerreiros apertavam as empunhaduras, o som metálico das espadas sendo desembainhadas, o clangor das armaduras sendo ajustadas, e os gritos dos comandantes preparando seus soldados para o confronto iminente.

  — Admito que menti quando disse que n?o te usaria, minha amiga — segurando a fina lamina à frente, ela sussurrou.

  Em meio à carnificina, a guerra havia come?ado.

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